Plenitude

Ao amanhecer, senti que merecia algo maior do estava recebendo. Porém, não sabia ao certo o que procurava.
Dizem que quem não sabe o que procura, recebe o que não merece, comigo não estava sendo diferente.
Minhas últimas escolhas me tornaram vazia, sem sentido e com a função apenas de ocupar o meu tempo, sem aproveitar os pequenos e bons momentos.

Tive um momento de plenitude, praia vazia, ainda era cedo e vi algumas crianças com suas mães, uma brisa forte que enganava todo o calor, um turbilhão de pensamentos e o mar.

Ah, o mar!

Suas ondas conversavam comigo e me chamavam para um banho de novas energias.

Caminhei tranquilamente, sentindo o calor, recebendo o vento, sentindo o cheiro da areia quente e sentindo lágrimas escorrendo por meu rosto.
Não sei identificar o motivo certo do meu choro, apenas chorei…
Entrei no mar e sua água gelada lavou minhas lágrimas quentes de emoção. Meu corpo arrepiou e fiz uma prece.
Perdida em meus pensamentos, passei quase uma hora apenas esvaziando a mente e curtindo as sensações.
Estava renovada!

Voltei para minha canga e continuei observando.
Ainda era apenas eu. Eu e mais ninguém.
Eu te garanto, foi aí que percebi a grandiosidade da minha própria companhia.

– Gabi Baltuilhe

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