Aquele sobre sentir saudade

Às vezes as pessoas me perguntam porque não dou notícias, desapareço por um tempo, ultimamente, tem sido por trabalho, excesso de trabalho, falta tempo até para raciocinar, lembrar dos amigos, mandar uma mensagem, mas sempre chega um bom dia, daqueles que involuntariamente te faz sorrir sabe? Desses que até te motiva a sair da cama para trabalhar, sabe como é? Se você já recebeu um desses você sabe bem do que estou falando. Pena que, no meu caso, as melhores pessoas estão bem longe. A distância não colabora de jeito nenhum.

Acho que na maior parte das vezes eu sumo por excesso de sentimento. Sinto falta de tantas coisas que às vezes é difícil de lidar, difícil decidir se mando um “oi” ou não, se puxo conversa ou não. Entender o limite que a distância impõe ainda é um desafio pra mim, às vezes chego a pensar que a ignorância em certos casos é uma dádiva, sei que não, mas por uma fração de segundo penso que não saber de nada é tão bom quanto saber de tudo, mas sim, com certeza saber de tudo é muito melhor. São apenas pensamentos bobos em momentos de fraqueza.

Sinto saudades do tempo em que poderíamos fazer o que quiséssemos a qualquer hora sem problemas. Do tempo em que estávamos sempre perto, fisicamente ou não. Realmente era muito bom saber que você estava sempre lá, seja para um desabafo regado a lágrimas ou para dar risada juntos com um vídeo da internet. Não fazer parte do seu dia a dia é como se o faltasse algo no meu.

Realmente saudade é uma coisa ingrata, é amor que transborda, como se fosse uma máquina do tempo constante na cabeça, que me leva pra lá e pra cá, só que essas idas e voltas causam um acúmulo de vazios, vazios esses que de tempos em tempos só a distância me ajudar a lidar. A lista de vazios não é pequena, é um vazio de saber como eu era seu porto seguro, vazio de uma refeição juntos, de conversar até o nascer do sol, de cantar como se o mundo fosse surdo, de rir sem se preocupar com o resto do mundo, de saber que juntos, poderíamos conquistar o que quiséssemos, vazio de fazer planos e dos grandes “e se” da vida. Sim, se juntar tudo, esses vazios ocupam até o maior dos corações, as vezes o excesso até escorre pelos olhos.

Sinto saudade da esperança de um futuro cheio de amor. A saudades que dá medo, aquele medo de quando para pra pensar, já me tornei uma pessoa amargurada reclamando que o amor não existe e que por mais que eu tivesse tentado, nunca eu teria encontrado a dona do guarda-chuva amarelo numa estação de trem. Medo de ser aquele tio que tem várias histórias para contar, mas nenhuma vivida de verdade. Enfim, minha vida é um punhado de fragmentos de amores e sofrimentos. Medo de ser o eu de hoje no futuro, mais velho e com menos paciência. Medo!

Às vezes as pessoas me perguntam porque não dou notícias, desapareço por um tempo, Acho que na maioria das vezes que isso acontece é porque tô sofrendo de distâncias mal resolvidas.

1 Comment

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    Brigida Fatzinger agosto 29, 2018 (2:21 pm)

    Informação valiosa. Para minha felicidade que encontrei o seu site por acaso, e estou muito satisfeito com o que eu encontrei aqui. Felicidades abraço.