A serpentina da felicidade

A serpentina corria solta no paralelepípedo anunciando que o carnaval estava pronto para começar. Os foliões reunidos em blocos espalhados pela cidade inteira, exalando alegria, amor, cumplicidade desfilavam reunidos em verdadeiras multidões que não tinham mais endereço certo, seu destino era incerto, guiado pelo espírito carnavalesco, seu norte era a serpentina fosca rodeada de confete que ganhava espaço nas ruas e avenidas, colorindo o concreto da cidade.

Era fevereiro e todo mundo estava no alvoroço com as escolas de samba na grande avenida, o sambódromo tomou conta da cidade inteira, ecoando os sambas mais famosos da história de nosso país…

“Vejam essa maravilha de cenário, perfeito episódio relicário, que o artista num sonho genial escolheu para esse carnaval, e o asfalto como passarela será a tela do Brasil em forma de aquarela.”

Brasil – o palco do samba, da alegria e dos holofotes… Muita fantasia, gente bonita e blocos na avenida, tudo na mais perfeita sintonia, o compasso frenético da bateria enlouquecida, prestes a entrar na avenida anunciava o ritmo carnavalesco contagiante do samba.

Numa mistura incrível nosso cenário é tomado por inúmeras máscaras, estilizadas, personalizadas, brilhosas, cheias de purpurina, e ainda unicórnios saltitantes, pôneis malditos entrando na brincadeira… É muito amor disfarçado de flerte, muito flerte disfarçado de tesão, muito tesão disfarçado de namoro e por aí vai, mas o que vale é ter beijo na boca pra acalentar os corações dos foliões.

O concreto da cidade foi colorido pela serpentina da boa-vontade, toda a burocracia foi corrompida pela felicidade, ninguém tem direito a ficar triste no bloco, todo mundo arranja uma companhia, mesmo que seja a cevada, todos brincam, pulam marmelada, é carnaval e lembrando que a quarta-feira de cinzas tá bem longe, ainda dá pra curtir então simbora que a hora é essa, Brasil, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!

 

 

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